Síndrome de Burnout

“Trabalhe com o que você ama e nunca mais precisará trabalhar na vida.” Confúcio

O termo “Burnout” vem sendo empregado para descrever um conjunto de sinais e sintomas causado pelo estresse ocupacional e intimamente ligado a situações de trabalho. A sua primeira descrição em 1974 por Freudenberger foi: “colapso físico ou mental causado por excesso de trabalho e estresse”.

Não há critérios universais estabelecidos para a síndrome, que também não se encontra no DSM (o manual de diagnósticos em saúde mental). Na prática, a sua particularidade é ter o trabalho como fator essencial de causa e manutenção do quadro. Já os sintomas vivenciados são basicamente sintomas depressivos e/ou ansiosos, que devem ser destrinchados em avaliação individualizada.

Embora careça de validação como diagnóstico, não é difícil entender porque se tornou tão popularmente conhecido em nosso meio cultural. Valorizamos a ascensão profissional e financeira a qualquer custo como medida de sucesso e vivemos em um sistema que favorece a exploração desleal de trabalhadores. 

Características comuns de trabalhos adoecedores são: jornadas excessivas, alta competitividade, perda de limites entre trabalho e vida pessoal, além de cargos terceirizados, temporários e precários. Autoestima, autoconfiança e autoeficácia são características pessoais que trazem resiliência, mas que podem ser profundamente abaladas com o sofrimento mental. 

Não é normal adoecer por causa do trabalho. Se tem o privilégio de rever suas condições, reveja. Mas, acima de tudo, apoie e acolha quem não tem.

Dra. Priscilla Falcão – Psiquiatra – CRMMG 65203 – RQE 47219