O tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um desafio, e embora as medicações sejam uma indicação comum para casos graves, estudos demonstram que a associação de outras práticas pode melhorar ainda mais os resultados. Para casos leves a moderados, onde a medicação nem sempre é necessária, essas práticas podem inclusive ser suficientes como tratamento.
Um grupo de pesquisadores revisou as evidências científicas disponíveis sobre o tratamento não-farmacológico do TDAH. Com base nesse conhecimento, a atividade física se destaca como um elemento essencial para a melhora dos sintomas. Atividades aeróbicas de alta intensidade, especialmente aquelas que geram maior envolvimento cognitivo, como esportes coletivos e artes marciais, são as que trazem mais benefícios.
Principais Pontos da Pesquisa
- Embora as funções executivas e o córtex pré-frontal sejam altamente suscetíveis ao estresse, essas regiões também são passíveis de mudança, o que torna as funções executivas superiores treináveis.
- Entre as intervenções cognitivas e comportamentais estudadas, o exercício físico, independente do tipo, foi considerado o mais eficaz para direcionar e reduzir os sintomas do TDAH.
- Sessões de exercício aeróbico intenso demonstraram melhorar as funções executivas através de modificações de neurotransmissores.
- Na população com TDAH, o exercício físico é especialmente benéfico para melhorar as funções executivas, diminuindo prejuízos como flexibilidade atencional e estratégica, controle inibitório, planejamento e memória de trabalho.
- Exercícios aeróbicos que incluem funções executivas (como flexibilidade atencional, planejamento e controle inibitório) são os mais eficazes.
Com base nessas descobertas, pode ser proveitoso integrar esportes complexos, como esportes com bola, artes marciais e exercícios físicos que envolvem flexibilidade e inibição de comportamentos impulsivos no regime de tratamento do TDAH.
Outras Intervenções Não-Farmacológicas
Além da atividade física, que demonstrou a maior eficácia, outras intervenções não-farmacológicas incluem: Terapia cognitivo-comportamental, neurofeedback e treinamento cognitivo.
Baseado em: Lambez, Bar; Harwood, Anna; Golumbic, Elana Zion; Rassovsky, Yuri (2019). Non-pharmacological interventions for cognitive difficulties in ADHD: A systematic review and meta-analysis. Journal of Psychiatric Research. doi:10.1016/j.jpsychires.2019.10.007
Priscilla Falcão – Psiquiatra – CRMMG 65203 / RQE 47219
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